sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

03 à 10 de Janeiro de 2011

A correria esta grande e não estou encontrando jeito de postar mais. Por isso hoje dia 10 de Janeiro, vou fazer um resumo da última semana.

No dia 3 de janeiro nos avisaram que precisaríamos desocupar os quartos no Hostel, pois estes já estavam reservados, por isso mudamos de Hostel e decidimos que dia 4 sairíamos com destino a Provenir, e depois para Punta Arenas no Chile. Na parte da tarde do dia 3 fomos eu, Nicolas, Bart e uma amiga do Nicolas a Samantha, dar uma volta por uns lugares da cidade que não conhecíamos ainda. A Samantha conhece bem Ushuaia pois trabalha como aeromoça na Austral e tem uma tia morando na cidade, então esta sempre por lá e conhecia tudo, foi uma excelente guia turística para nosotros.

Depois de darmos uma revisada geral nas motos inclusive comprando câmaras de ar novas para o Bart, empacotamos tudo e partimos dia 4 de janeiro outra vez meio atrasados. Já saímos da cidade com um vento de lascar, e pouco antes da fronteira com o Chile o Nico pichou la cubierta (furou o pneu). Isso já tomou mais umas duas horas, até conseguirmos providenciar o concerto.

Na seqüência chegamos na fronteira e depois da burocracia costumeira, ingressamos na estrada de Rípio no lado Chileno que nos levaria a Porvenir. Já eram mais de 5 da tarde e estávamos bem cansados, mesmo assim estávamos contando em chegar a Porvenir para pegar a Balsa que partiria as 8 da noite, o que não contávamos era com o Bart furando o pneu também, só que agora no meio da estrada de Rípio, no meio do nada e sem ferramentas para providencia o concerto do pneu, que era de câmara. Como única opção emprestei a ele um spray reparador de pneu e também meu compressor, acabamos enchendo o pneu. Deu certo apesar de demorar bastante, más logo em seguida o cabeçudo do belga, saiu que nem um louco correndo na estrada de Rípio esburacada, e desapareceu na nossa frente, depois de percorrer mais uns 50 km demos com ele encostado na beira da Ruta. Tinha furado o pneu novamente, como já eram mais de 10 da noite e já havíamos perdido a balsa, resolvemos armar as barracas na beira da estrada e dormir ali. Para mim nas mesmas condições de antes, sem saco de dormir e dormindo de roupa! De manha foram os dois para a Porvenir na moto do Nicolas, levando o pneu para consertar numa borracharia, apesar de estarmos bem perto da cidade, até concertarem o pneu e voltar para montar a roda, já eram mais de 11 da manhã e então perdemos de novo a Balsa que sairia as 8 da manha para Punta Arenas, a próxima sairia só as 8 da noite. Já estava começando a ficar grilado com os parceiros pelo atraso!

Sem ter outra opção fomos para o cais esperar a Barca. Eram por volta de 15:00 horas. Lá encontramos os dois Belgas que eu havia encontrado em Comodoro Rivadavia, o Rudy e a Sofia, que rodavam em BMWs 650 e 800, encontramos tambem um Catalão, o Mikael, que rodava numa Africa Twin igualzinha a do Nicolas inclusive com as cores e do mesmo ano. Os três trouxeram as motos de navio da Europa e os três passaram maus bocados para liberá-las na aduna de Buenos Aires.

Depois de passarmos boa parte do dia batendo papo, finalmente embarcamos na Balsa e zarpamos para Punta Arenas, e lá chegando, fomos os 6 para o mesmo Hostel, que para nossa surpresa estava lotado, e a opção foi armar a barraca novamente no pátio, e depois de toda a correria de armar barraca procurar o que comer e tomar banho fomos dormir pregados por volta de 1 da manhã.

No dia seguinte, fomos a zona franca de Punta Arenas e compramos umas coisas. Eu comprei uma barraca e um tapete térmico e um saco de dormir pois estava cansado de usar a barraca do Nicolas e dormir no chão, era bem desconfortável. Eu sabia que em breve iríamos nos separar e eu precisaria de uma de qualquer maneira. Em seguida fomos tambem comprar um pneu e uma câmara nova para o Bart, que apesar disso resolveu continuar usando o pneu e a câmara velha e gasta que havia reparado em Porvenir. Isso não cheirava a boa coisa...

Dia 6 saímos com destinos a Puerto Natales e para surpresa deles, más não minha, o Bart furou o pneu de novo, e de novo no meio do nada. Por sorte eles haviam comprado ferramentas para poder tirar o pneu e trocar a câmera na Zona Franca. Quando eu vi o estado da câmara de ar, eu não acreditei, tava toda remendada, e mesmo assim o cabeça de bagre resolveu trocar só a câmara e continuar usando o pneu velho. Não precisa nem dizer né... Más por conta disso o pneu furou de novo uns 200 km depois e com isso chegamos a Puerto Natales por volta das 8 da noite onde dormimos num camping. Eu já com a barraca nova e com o saco de dormir descansei um pouco melhor pelo menos.

Dia 7, amanheceu bem nublado, e por conta disso e pelo atraso geral da viagem, acabei não indo visitar o Parque Nacional de Torres del Paine no Chile, os dois também não colaboraram muito novamente, o Bart já conhecia o lugar e o Nico não mostrou interesse em passar um dia a mais em Puerto Natales para fazer a visita. Foi bastante frustrante, pois esse é um lugar lindo pelo que ouvi dizer, más as coisas nem sempre correm como programado mesmo. Logo que montamos as motos para sair desabou um temporal, e ficamos presos em Natales até quase meio dia, e só ai levantamos ancora de novo, agora com destino a fronteira de Chile e Argentina e a cidade de El Calafate.

Para variar o script furou novamente o pneu do Bart, como já estávamos acostumados e treinados, e o ocorrido foi perto de um posto de gasolina no meio da Ruta, demoramos só uma hora e meia para realizar o concerto, e então muito cansados chegamos a El Calafate quase 9 da noite ainda com luz do sol, aqui nessa época do ano, escurece por volta de 10 da noite, procuramos e achamos um Hostel baratinho para podermos descansar melhor, depois fomos jantar. Tomamos algumas cervejas e comemos uma pizzazinha bem meia boca e voltamos para o Hostel. Já era por volta de 2 da manhã, e eu cai na cama do jeito que tava, não consegui tomar nem banho, só acordei por volta das 9 da manha do dia seguinte.

No dia 8, ainda cansado e bastante estressado, acordamos os três, tomamos um café num posto de gasolina onde abastecemos para ir ao Parque dos Glaciares. O lugar é muito lindo, e apesar de estar meio longe da cidade, uns 70 km por ai, do vento forte e da Ruta ser muito sinuosa, valeu demais a visita. O visual de estrada, e do parque são maravilhosos, eu nunca tinha visto nada igual. Voltamos para o Hostel por já volta de 4 da tarde e pegamos nossas coisas para então para seguir até El Chaltén. Mais uma vez o visual do deserto da Patagônia me impressionou bastante. Desta vez como o pneu do Belga não furou, chegamos a El Chaltén por volta das 8 da noite, não havia lugar em nenhum Hostel e a única opção foi o pior camping da Argentina, o "El Relincho", caro e sem estrutura nenhuma. Chegamos com lá com muito vento e isso só iria piorar nos próximos 2 dias.

Dia 9 de janeiro acordei muito cansado umas 8 da manhã, essa de viajar longos períodos e dormir na barraca não esta sendo fácil, más mesmo assim foi muito bom tê-la comprado pois sem ela não teria nem onde dormir nessa cidade perdida no meio do nada. Os três estavam com a bateria meio baixa, más mesmo assim e apesar do tempo nublado resolvemos sair para fazer um trekking até o famoso monte Fitz Roy, onde viemos a saber, um brasileiro chamado Bernardo havia morrido 2 dias antes tentando escalar a montanha. Nosso programa era só fazer uma caminhada de 4 horas no meio da mata até o pé da montanha. Depois de 2 horas andando no sobe e desce dos morros o meu joelho começou a doer muito, ai eu desisti, resolvi voltar e Nicolas e Bart seguiram.

Quando eu estava voltando as 2 horas que gastei na ida viraram 3 na volta, pouco antes de chegar de volta na cidade encontrei um vira latas na trilha que começou a me seguir, encontramos um monte de gente no caminho e o povo pensava que o cachorro era meu de tanto que ele ficava perto de mim. A amizade entretanto durou poucas horas, pois assim que estávamos a um quilometro da cidade começou um vendaval que tornava andar uma missão quase impossível. Quando cheguei no descampado, não acreditei no que eu vi. O cachorro, que não era dos pequenos, não conseguia mais me seguir por causa da ventania, foi ai que acabou a parceria... rsss

Cheguei de volta no Hostel por volta das 3 da tarde, e da pra diante o tempo só fez piorar, e eu me enfiei na barraca e dormi até as 19:00 horas, quando chegaram os dois parceiros. Segundo eles, conseguiram chegar ao pé da montanha só que ficaram tão cansados que não tiraram fotos. Honestamente eu não acreditei na historia.

Logo que escureceu, depois das 10 da noite encontramos, 4 garotos de São Paulo que nos convidaram para fazer um churrasco improvisadissimo. Eu e o Bart havíamos comprado umas cervejas e com isso podemos participar da festa. Os garotos faziam engenharia em São Paulo, e tinha a mesma idade na media dos 22. Ficamos com eles então até meia noite e meia e fomos dormir.

O dia 10 amanheceu cinza e ventando bastante forte o que não parou mais. Dessa vez foi a bateria da moto do Bart que arriou, por isso ficamos presos em El Chaltén até 4 da tarde. Foi uma prova de paciência para mim. Estava quase largando os dois e desistindo de encarar a Ruta 40 e voltando para El Calafate, más depois de tanto atraso o único jeito de ganhar tempo seria enfrentando a pedreira que eu sabia que seria a famigerada Ruta 40. Resolvi seguir com eles. Viajamos em asfalto uns 90 km depois de El Chaltén e ai então começou a pedreira. O Ripio a partir de Tres Lagos até Rio Mayo é muitissimo pior ao que encaramos indo e voltando de Ushuaia. Foram uns 500 km sendo que por volta de 400 de Ripio bem ruim. Dado a essas condições, não pudemos terminar a viagem no mesmo dia como programado, e paramos numa Estância a "La Sibéria", o nome já reflete o isolamento do lugar. Chegando lá, o canalha do dono dessa parada de ônibus no meio do deserto, nos cobrou 5 pesos por litro de gasolina, que normalmente custa 2,20 e 90 pesos para deixar-nos montar a barraca no fundo do quintal e por um prato de macarrão com carne. As condições do lugar eram bem ruins, o banheiro era uma imundice também. Bem a parte disso o interessante do dia ficou por conta de um senhor Frances que encontramos lá. Ele viajava sozinho e de bicicleta, isso me fez ter vergonha de estar tão mal humorado e me sentindo tão acabado, más o Jean Marcus, o senhor Frances é um aventureiro profissional, que já viajou o mundo todo de moto, carro e bicicleta, incluindo quase todos os países da Africa e da América do Sul. Ficamos entretidos os três com as historia dele até quase meia noite, e depois disso fomos dormir.

6 comentários:

  1. Apareceu!!!!!!!!!!!!! Que bom que tá tudo indo bem, se cuida.
    Abraços.

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  2. Grande Luiz!!!!

    Parabéns pela façanha, chegar até Ushuaia e passar inteiro pela ruta 40 é um grande feito, quando fui o ano passado também tive que abortar Torres del Paine, mas isso me deu um enorme motivo para voltar a região.

    Abraços!!! Boa sorte e cuidado na estrada.

    Guilherme

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  3. Grande Luiz! Cara, vc é o verdadeiro viajante, que paciência com este Bart, hem?! Furar o pneu por 5 ou 6 vezes, e vc ali, junto! Passamos pela ruta40 tbm, até Perito Moreno, antes fizemos a Carretera Austral. Grande viagem a sua, os relatos me racho de tanto rir, com as suas histórias! Estamos em Bahia Blanca, vamos dormir aqui hoje, amanhã Buenos Aires. Grande abraço, toda a sorte do mundo, e que Deus sempre esteja contigo!

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  4. E ai Luiz...
    Quanta paciência heim? você está fazendo o trajeto ao contrário do meu, fui pela 40 e voltei pela 3.
    Este trecho da 40 entre Tres lagos e Gobernador Costa me da saudades até hoje e tenho certeza que nunca esquecerei, é um lugar fascinante e delicioso para andar de moto.

    Boa sorte e grande abraço.

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  5. Caramba Rabbit...não deixa a gente sem noticias pô!!!...Belga é treeeeta...lembra de onde meu pai é???...ahahahahahaha

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  6. Ah que inveja boa... rs! Você está fazendo a rota de volta que eu tinha planejado se tivesse mais tempo ;)
    Isso é bom pois depois irei te bombardear de perguntas! rs!
    Abraço e boa volta grande Luiz!!!

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